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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Bispo recusa comenda do Senado em protesto contra reajuste


21 de dezembro de 2010 15h21



Claudia Andrade
Direto de Brasília
Em sessão especial realizada na manhã desta terça-feira, o Senado Federal entregou a cinco pessoas a Comenda de Direitos Humanos Dom Hélder Câmara. Ou tentou entregar, porque um dos vencedores se recusou a receber a homenagem.
O bispo de Limoeiro do Norte, no Ceará, Dom Manuel Edmilson da Cruz, recusou a comenda, em protesto contra o aumento de 61,8% aos parlamentares aprovado pelo Congresso Nacional na última semana.
Depois de criticar o não pagamento de precatórios, o baixo valor das aposentadorias, os salários mínimos "que crescem em ritmo de lesmas", o bispo lembrou o aumento dos parlamentares e o efeito cascata que a decisão deverá impor nos Estados e municípios.
"O povo brasileiro, hoje de concidadãos e concidadãs, ainda os considera Parlamentares?", indagou. "Quem assim procedeu não é Parlamentar. É para lamentar".
"A Comenda hoje outorgada não representa a pessoa do cearense maior que foi Dom Hélder Câmara. Desfigura-a, porém. Sem ressentimentos e agindo por amor e com respeito a todos os senhores e senhoras, pelos quais oro todos os dias, só me resta uma atitude: recusá-la. Ela é um atentado, uma afronta ao povo brasileiro, ao cidadão contribuinte para o bem de todos com o suor de seu rosto e a dignidade de seu trabalho".
Dom Manuel acrescentou que, se aceitasse a homenagem, estaria agindo contra os direitos humanos. "O aumento a ser ajustado deveria guardar sempre a mesma proporção que o aumento do salário mínimo e o da aposentadoria. Isso não acontece! O que acontece é um atentado contra os direitos humanos de nosso povo".
O discurso foi encerrado com um pedido para "se desfazer o erro". "Deve-se retroceder", concluiu o bispo, indicado para a premiação pelo senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), que justificou a escolha apontando a dedicação do bispo à defesa dos oprimidos.
Os outros homenageados foram Dom Pedro Casaldáliga, o deputado estadual no Rio de Janeiro Marcelo Freixo, e os defensores públicos Wagner de La Torre e Antônio Roberto Cardoso.
Enquanto a cerimônia ocorria no plenário do Senado, um grupo de estudantes protestava do lado de fora do Congresso também contra o aumento dos salários.

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